Pela primeira vez, uma usina produzirá energia, no Brasil, a
partir da combinação entre resíduos orgânicos e lodo de esgoto. Nesta
semana, a CS Bioenergia, formada pela estatal Companhia de Saneamento do
Paraná (Sanepar) e pelo grupo Cattalini Bio Energia, recebeu Licença de
Operação do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para geração de biogás,
no Paraná. A expectativa é que a operação estimule a adoção da
tecnologia em outros estados.
O processo, conhecido como
biodigestão, começa com o recebimento do lodo de esgoto da estação de
tratamento e seu armazenamento em um tanque. Paralelamente, também são
recebidos resíduos sólidos urbanos. Estes passam por um mecanismo de
separação, retirando, por exemplo, os plásticos. Depois, a fração
orgânica é limpa. Só então o material é enviado ao tanque de
biodigestão, onde vai ser adicionado ao lodo.
Diretor da
Cattalini Bio Energia, Sérgio Vidoto, explica que, no Brasil, o lodo de
esgoto contém muitas bactérias. Um problema que, na usina, vira solução.
Isto porque as bactérias se alimentam do material orgânico, produzindo
um gás com grande participação de metano. “Essa é a combinação perfeita
para gerar o biogás de excelente qualidade”, disse Vidoto, um dos
responsáveis pela implantação da tecnologia no país.
A usina
gerará 2,8 megawatts de energia elétrica, o suficiente para abastecer
duas mil residências populares, conforme a CS Bionergia . Para que o
biogás passe a integrar a rede de energia do Paraná, ainda falta a
autorização da Companhia Paranaense de Energia (Copel), o que Vidoto
espera obter em cerca de sessenta dias.
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