O governo do Peru retirou o convite enviado ao presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, para que compareça à 8ª Cúpula das Américas,
que será realizada em Lima, nos dias 13 e 14 de abril, segundo a carta
que formalizou essa decisão, divulgada na quinta-feira pela imprensa
local.
A carta foi assinada pela ministra das Relações
Exteriores peruana, Cayetana Aljovín, e enviada na última terça-feira ao
ministro do Poder Popular para Relações Exteriores da Venezuela, Jorge
Arreaza, segundo a cópia do documento.
Cayetana informou a
Arreaza que por ordem do presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski, foi
decidida a retirada do convite ao governo de Maduro "de acordo com as
disposições da Declaração de Quebec adotada na III Cúpula das Américas
em 2001".
"Que a letra diz: qualquer alteração ou ruptura
inconstitucional de ordem democrática em um Estado do Hemisfério
constitui um obstáculo insuperável para a participação do Governo do
dito Estado no processo da Cúpula das Américas", argumenta a carta.
A
ministra anunciou na última terça, durante uma reunião do Grupo de
Lima, que a presença de Maduro na Cúpula "não será bem-vinda" pelo Peru,
uma declaração que foi apoiada pelos países presentes na reunião.
O
Grupo de Lima foi criado com a Argentina, Brasil, Canadá, Chile,
Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e
Peru, diante da impossibilidade de aprovar resoluções sobre a Venezuela
na Organização dos Estados Americanos (OEA) pelo bloqueio dos países
caribenhos.
Após essa decisão, Maduro disse que chegará a Lima
mesmo que "chova, troveje ou relampeie", motivando a resposta da
primeira-ministra peruana, Mercedes Aráoz, onde ela afirmou que o
presidente venezuelano "Não pode entrar nem no território nem no céu
peruano. Ele não pode entrar (no Peru) porque não está sendo bem-vindo".
Mercedes
Aráoz afirmou que o governo peruano retirou em novembro o convite feito
ao governante venezuelano para comparecer à reunião, por ter rompido o
diálogo com a oposição e ter convocado de maneira antecipada eleições
presidenciais no seu país, marcadas para o dia 22 de abril.
A
decisão do Peru e do Grupo de Lima foi respaldada por uma delegação da
Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu (INTA) que
visita a capital peruana.
O Departamento de Estado dos Estados
Unidos também apoiou na última quarta-feira essa decisão e apontou que a
exclusão de Maduro mostra o "alto padrão democrático" que requer a
participação na 8ª Cúpula das Américas.
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