A defesa do ex-ministro Geddel Vieira Lima afirmou ao Supremo
Tribunal Federal (STF) que a origem dos R$ 51 milhões encontrados, no
ano passado, em um apartamento em Salvador, decorre da "simples guarda
de valores em espécie".
A
justificativa está na resposta enviada ontem (23) à Corte para rebater a
denúncia feita em dezembro do ano passado pela Procuradoria-Geral da
República (PGR) pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação
criminosa.
De acordo com a defesa, Geddel, o irmão dele, o deputado federal
Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), e a matriarca da família, Marluce Vieira
Lima, não podem ser acusados dos crimes porque a denúncia está baseada
em uma "verdadeira teia de ilações e suposições".
Segundo a defesa, os valores são fruto de "investimentos no mercado de incorporação imobiliária, com dinheiro vivo".
"Imputa-se
ao peticionário a pretensa prática de supostas (contudo, jamais
comprovadas!) condutas: (Simples!) Guarda de valores em espécie em
apartamento localizado na cidade do Salvador, alegadamente vinculado a
Geddel Quadros Vieira Lima", diz a defesa.
Geddel está preso
desde 8 de setembro de 2017. A prisão ocorreu três dias depois que a
Polícia Federal (PF) encontrou o dinheiro no apartamento de um amigo do
político.
Conforme a PF, parte do dinheiro seria resultante de um
esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal
no período entre 2011 e 2013, quando Geddel era vice-presidente de
Pessoa Jurídica da instituição.
A investigação é relatada no STF
pelo ministro Edson Fachin. Não há data para o julgamento sobre o
recebimento da denúncia, quando a família Vieira Lima poderá se tornar
ré. O inquérito será analisado pela Segunda Turma do tribunal, composta
pelos ministros Dias Toffoli, Glmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Celso
de Mello, além de Fachin.
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