A pesquisadora mineira Rafaela Ferreira, professora adjunta do
Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), ganhou ontem (21), em Paris, um prêmio da Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco), que
reconhece o trabalho de mulheres cientistas que mais se destacaram no
mundo em 2017.
Única representante da América Latina entre as 15 vencedoras do International Rising Talents
(talentos internacionais em ascensão, numa tradução livre), Rafaela
recebeu uma premiação de 15 mil euros para dar continuidade a uma
pesquisa que busca desenvolver medicamentos para o tratamento do vírus
da Zika e da doença de Chagas.
A cientista ganhou, no ano
passado, a versão brasileira dessa premiação, o Para Mulheres na
Ciência. Com esse reconhecimento, ela espera obter mais apoio e
visibilidade para o desenvolvimento da pesquisa.
“De um ponto de
vista mais prático, o problema que a gente tem é o alto investimento
necessário para desenvolver um medicamento, e que vai ficando cada vez
caro maior conforme o avanço do seu estágio do desenvolvimento”,
explica. Conhecidas como doenças negligenciadas, o Chagas e a zika
historicamente não atraem o interesse da indústria farmacêutica.
“O
Chagas, por exemplo, foi descrito há mais de 100 anos [pelo cientista
brasileiro Carlos Chagas] e até hoje a indústria simplesmente não
investe muito nisso porque é uma doença que afeta países mais pobres. É
muito importante ter um esforço de instituições públicas para que a
gente possa avançar no desenvolvimento desses fármacos”, observa a
pesquisadora.
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