O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está
sistematizando uma metodologia que permita que o próximo Censo
Demográfico, previsto para 2020, incorpore dados relacionados às
comunidades quilombolas de todo o país. Relevante por valorizar uma
parcela da sociedade historicamente marcada pela resistência ao racismo e
a outras violações de direitos, a novidade está sendo pautada
em reuniões que ocorrem até amanhã (5), no complexo da Organização das
Nações Unidas (ONU), em Brasília.
"Existem vários números. Falam em 3 mil comunidades, falam em 8 mil,
falam em 16 milhões de quilombolas. E também não tínhamos dados
sistematizados", disse. "Queremos saber qual a vocação econômica [das
comunidades], suas manifestações culturais. Isso nos inquietou demais."
Segundo Vinícius do Prado Monteiro, oficial do Fundo de População das
Nações Unidas (UNFPA), agência envolvida na mudança do sistema
estatístico, as equipes responsáveis por atualizar o modelo de
levantamento trabalham para formular perguntas adequadas ao novo
propósito, já que, em suas visitas, os recenseadores irão considerar
como quilombolas os indivíduos que assim se autodeclararem, a exemplo do
que se verifica entre grupos indígenas.
Este ano, algumas equipes do IBGE já colheram informações sobre
quilombolas para o Censo Agropecuário, também do IBGE, a fim de mapear
suas atividades, que têm significativa projeção junto a expoentes de
prestígio, como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO/ONU), no âmbito de Sistemas Agrícolas Tradicionais,
considerados uma expressão do patrimônio cultural do Brasil.
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