O Brasil gasta anualmente em educação pública cerca de 6% do Produto
Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no
país). Esse valor é superior à média dos países que compõem a
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de
5,5%. No entanto, o país está nas últimas posições em avaliações
internacionais de desempenho escolar, ainda que haja casos de sucesso
nas esferas estadual e municipal. A avaliação é do relatório Aspectos
Fiscais da Educação no Brasil, divulgado hoje (6) pela Secretaria do
Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda.
Segundo o relatório, o gasto brasileiro também supera países como a
Argentina (5,3%), Colômbia (4,7%), o Chile (4,8%), México (5,3%) e os
Estados Unidos (5,4%). “Cerca de 80% dos países, incluindo vários países
desenvolvidos, gastam menos que o Brasil em educação relativamente ao
PIB”.
O relatório também mostra que como proporção das receitas da União, a
despesa federal em educação quase dobrou sua participação, passando de
4,7% para 8,3% no período 2008 a 2017. Em proporção do PIB, a expansão
passou de 1,1% para 1,8%. A despesa com educação apresentou crescimento
acumulado real de 91% no período de 2008 a 2017, 7,4% ao ano, em média,
enquanto a receita da União cresceu 6,7% em termos reais, descontada a
inflação, 0,7% ao ano, em média.
Na principal avaliação internacional de desempenho escolar, o Pisa (Programme for International Student Assessment),
o Brasil está nas últimas posições. Dos 70 países avaliados em 2015, o
Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª
colocação em matemática.
O problema no Brasil, de acordo com o relatório, não está no volume
dos gastos, mas na necessidade de aprimoramento de políticas e processos
educacionais. “Apesar da forte pressão social para a elevação do gasto
na área de educação, existem evidências de que a atual baixa qualidade
não se deve à insuficiência de recursos. Tal observação não é específica
ao Brasil, tendo em vista que já é estabelecida na literatura sobre o
tema a visão de que políticas baseadas apenas na ampliação de insumos
educacionais são, em geral, ineficazes”, diz o estudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário