Os cerca de 180 presos da Casa de Custódia de Curitiba, que estavam
rebelados desde o fim da tarde do último domingo (1), libertaram o
último agente penitenciário feito refém e encerraram a rebelião que já
durava cerca de 86 horas.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Administração
Penitenciária, o motim foi encerrado pouco depois das 8h de hoje (5).
Com os detentos reunidos no pátio da unidade prisional, agentes
penitenciários e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope)
entraram no local para revistar as celas e recontar os custodiados. Uma
equipe do Departamento Penitenciário do Paraná também está fazendo uma
avaliação preliminar dos danos à Casa de Custódia.
O agente penitenciário libertado esta manhã foi o último dos cinco
reféns a ser solto pelos presos rebelados. Outros três agentes já tinham
sido liberados ontem (4) a tarde. O primeiro servidor subjugado pelos
amotinados já tinha deixado a Casa de Custódia no domingo (8), poucas
horas após o início da rebelião. Apresentando ferimentos leves, todos
eles foram encaminhados para hospitais próximos, onde receberam
atendimento médico.
A Secretaria da Segurança estadual informou que, até o momento, não
há registro de presos feridos. A pasta ainda confirmou que a principal
reivindicação dos presos era evitar que membros de facções rivais fossem
transferidos para unidades prisionais estaduais onde, segundo eles, os
membros de organizações criminosas seriam maioria, oferecendo riscos à
integridade dos detentos transferidos.
O Departamento Penitenciário do Paraná assegura que já fez um
mapeamento da localização de custódia de presos das principais facções e
já vem separando os presos a fim de evitar conflitos. A secretaria
informou que, em virtude das precauções já adotadas, não há registros de
mortes decorrentes de confronto entre facções rivais.
A rebelião começou quando os agentes penitenciários foram rendidos ao
fazer a contagem dos presos da Galeria 1. A Seção de Operações
Especiais do sistema prisional estadual conseguiu evitar que o tumulto
se espalhasse para as outras duas galerias existentes na Casa de
Custódia, mas não conseguiu impedir que cinco agentes terminassem em
poder dos detentos.
Inaugurada em 2002, a Casa de Custódia é classificada pelo Depen como
uma unidade de segurança máxima. Com capacidade para abrigar 500
detentos, e hoje aloja 600. Via A./B.
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