Escolas
particulares do Brasil inteiro ainda não aplicarão de forma padronizada
a partir de 2019 os novos critérios definidos pelo STF (Supremo
Tribunal Federal) para a matrícula de crianças no ensino fundamental.
A
orientação da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares),
enviada para os colégios por ofício na quinta-feira (9), é que cada
unidade escolar poderá adotar as mesmas regras de 2018 na admissão de
alunos do próximo ano letivo.
No
início de agosto, a maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal
Federal) decidiu que as crianças só poderiam iniciar os estudos no
ensino fundamental se completarem seis anos até 31 de março.
Atualmente,
há critérios variados entre os estados, e pelo menos oito seguem datas
diferentes ao permitir as matrículas. Em São Paulo, por exemplo,
unidades estaduais de fora da capital adotam a data de corte de 30 de
junho, prevista pelo Conselho de Educação paulista.
Após
análise jurídica da discussão no STF, a federação nacional das escolas
privadas avaliou que a regra não é de aplicação automática e imediata.
Ela ressalta que a decisão do Supremo ainda não foi publicada, que ela
apenas deu um aval ao Conselho Nacional de Educação para fixar critérios
e que uma alteração repentina criaria instabilidade.
"O
que os ministros fizeram foi dizer que o CNE (Conselho Nacional da
Educação) poderia instituir uma data de corte, que esse ato não seria
inconstitucional, mas não obrigaram todo o país a seguir isso como uma
regra", afirmou o presidente da Fenep, Ademar Batista Pereira.
Ele
diz que cada estado mantém regras específicas para o ingresso no ensino
fundamental e que manter um mesmo padrão causaria impactos negativos.
No
caso das particulares, a medida resultaria em problemas econômicos. "Se
restringir a idade para alunos que fazem seis anos até 31 de março, as
escolas teriam turmas pequenas e perderiam ao menos três quartos de suas
matrículas".
Além
disso, Pereira afirma que também ocorreriam reflexos nas crianças que
já estão no ensino infantil e têm a expectativa de ir para o primeiro
ano em 2019. "Como justificar para uma criança que espera ir para a nova
série que ela não irá e que apenas parte dos seus colegas poderão
prosseguir? Seria criada uma instabilidade por questões burocráticas".
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