O número de brasileiros com alguma conta em atraso chegou a 63,4
milhões no mês passado, o que equivale a 41% da população adulta e a um
aumento de 4,3% em relação a julho de 2017. Levantamento feito pela
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o
Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mostra que mais da metade
dos inadimplentes (51%) tem entre 30 e 49 anos.
A avaliação é que essa faixa etária representa para muitos o momento
de construção da vida pessoal e profissional, o que leva a
desequilíbrios de orçamento. “Isso implica assumir diversos compromissos
financeiros e, com as dificuldades que a crise ainda gera, a conta nem
sempre fecha no final mês, levando à inadimplência”, comenta o
presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.
O balanço leva em consideração desde dívidas bancárias – como faturas
atrasadas de cartão de crédito e empréstimos bancários não pagos – a
crediários abertos no comércio e dívidas com empresas que prestam
serviços de telefonia, TV por assinatura e internet.
Em julho, o volume de dívidas em nome de pessoas físicas – em média,
cada inadimplente possui duas contas em atraso – subiu 1,5% frente ao
mesmo mês de 2017. O maior aumento da inadimplência, de 7,7%, se deu nas
contas de serviços básicos, como água e luz. Na sequência, com alta de
6,9%, aparecem as dívidas bancárias, incluindo cartão de crédito, cheque
especial, empréstimos, financiamentos e seguros.
“O desemprego elevado e a renda achatada dos brasileiros seguem
contribuindo para esse avanço no quadro de inadimplência. Ainda que o
País tenha superado a recessão, a recuperação da economia continua mais
lenta do que o previsto, agravada pelo clima de incertezas das eleições
que se aproximam”, avalia o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.
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