Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil. |
Desde 2012 a taxa de suicídio em brasileiros de 15 a 29 anos subiu
quase 10% de acordo com a edição de 2010 do Mapa da Violência, feito
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum
Brasileiro de Segurança Pública. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), o suicídio é a segunda causa mundial de mortes entre pessoas
dessa faixa etária - mais de 90% estão ligados a distúrbios mentais.
Segundo o psiquiatra Teng Chei Tung, coordenador dos Serviços de
Pronto-Socorro e Interconsultas do Instituto de Psiquiatria do Hospital
das Clínicas da USP, sob efeito do álcool as pessoas podem apresentar
diminuição da capacidade de julgamento, do senso crítico e do
autocontrole, assim como tendem a adotar comportamentos agressivos. Esse
efeito pode ser ainda maior entre os adolescentes.
“O cérebro do adolescente ainda está em desenvolvimento e os efeitos
do álcool são mais nocivos nessa idade, com impacto ainda maior sobre a
tomada de decisões e o autocontrole. Estamos falando de uma faixa etária
em que o imediatismo é mais evidente e a exposição ao álcool pode ser
mais perigosa quando pensamos no risco para o suicídio”, explicou.
De acordo com Tung, é possível desenvolver programas educativos sobre
o consumo de drogas e álcool entre os jovens, mas é preciso lembrar que
há outros fatores que também merecem atenção como o bullying e
transtornos psiquiátricos, como a depressão. “É importante lembrar que
um transtorno mental como a depressão pode alterar a percepção que o
indivíduo tem da realidade. Por isso, os casos de suicídio não devem ser
encarados como expressão do livre-arbítrio.”
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