A intervenção do presidente Jair Bolsonaro no reajuste do diesel é
reflexo direto da pressão dos caminhoneiros. Nos dias que antecederam a
decisão do presidente, o núcleo de governo recebeu relatórios da Agência
Brasileira de Inteligência (Abin) que indicavam uma “preocupação” com
uma possível greve dos caminhoneiros. Sem consultar o ministro da
Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro foi aconselhado por assessores
palacianos de que uma greve traria mais problemas políticos do que uma
intervenção no preço do diesel.
O monitoramento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da
Presidência das movimentações de caminhoneiros, desde o mês passado,
levou a equipe de governo a avaliar todas as demandas da categoria. Além
de recuar em relação ao aumento de 5,7% no preço do diesel, o Planalto e
o Ministério de Minas e Energia estudam atender outros pedidos, como a
mudança no valor do frete.
O temor de uma greve como a de maio de 2018 já estava no radar da equipe
de transição, no final do ano passado. Foi a partir dali que o grupo
que hoje está no governo começou a formular a adoção de “medidas
estruturantes”, que envolviam várias áreas, para verificar os problemas
do setor e atender o que fosse possível.
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