quinta-feira, julho 25, 2019

Mulheres negras se engajam no combate à intolerância religiosa.

Mulheres negras evangélicas, católicas e candomblecistas apresentaram na terça (23) durante a 12ª edição do Latinidades – Festival da Mulher Afro Latino Americana e Caribenha – suas experiências de resistência ao racismo a partir da prática religiosa. Ao participar de debate que discutiu as “Ancestralidades como pertencimento”, as mulheres reafirmaram a necessidade de combater a intolerância religiosa que, no Brasil, se expressa, sobretudo, no ódio às crenças de matriz africana.

A advogada Juliana Maia, da Comunidade Batista de São Gonçalo e pesquisadora do movimento pentecostal no Brasil, destacou, a partir da historiografia mundial, exemplos de levantes e atos de resistência negra que partiram da espiritualidade. Entre eles, ela citou o vudu no Haiti, no contexto de independência e libertação dos escravos; o islamismo na Revolta dos Malês, na Bahia, no século 19; o movimento rastafári na Jamaica; e o cristianismo na luta abolicionista e contra a segregação racial. “E no Brasil as casas de candomblé, os terreiros de matriz africana como espaço de resistência e de luta”, disse.

A candomblecista Iyá Karen D’Osún, de Tradição Africana, em São Paulo, destacou o papel que a espiritualidade teve na resistência do povo negro escravizado. “Ainda estamos na batalha, cada dia, para falar, orientar, ir em mesas fazer palestras para divulgar a nossa religião e vencendo o preconceito. Temos muitas Iyás dedicadas à religião e que não desistiram”, disse.

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