Após quase duas semanas de protestos em massa, o governador de Porto
Rico, Ricardo Rosselló, anunciou ontem (24) sua renúncia a partir do dia
2 de agosto. O político está no centro de um escândalo desencadeado
pelo vazamento de uma conversa entre ele e alguns de seus assessores.
Nas mensagens vazadas, trocadas no aplicativo Telegram, o governador e
outros 11 membros de sua equipe usam linguagem obscena para debochar de
jornalistas, mulheres, políticos, artistas, membros da comunidade
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros
(LGBT) e vítimas do furacão Maria, que atingiu a ilha há quase dois
anos.
As mensagens, vazadas pelo Centro de Jornalismo Investigativo,
enfureceram porto-riquenhos já frustrados com a corrupção, a má gestão, a
crise econômica e a lenta recuperação do país após o furacão. No início
desta semana, dezenas de milhares de pessoas reuniram-se em mais um
protesto na capital, San Juan, para exigir a demissão do governador da
ilha caribenha.
"Minha única prioridade foi a transformação da nossa ilha e o
bem-estar do nosso povo", disse o governador em seu comunicado, listando
seus feitos antes de deixar claro que renunciará. "Depois de escutar as
reivindicações, falar com a minha família, pensar nos meus filhos e em
oração, hoje anúncio que renunciarei ao posto do governador efetivo no
dia 2 de agosto."
O governador disse esperar que sua renúncia sirva de "apelo à
reconciliação dos cidadãos" e está convencido de que deixa o cargo
desejando "a paz e o progresso do país". A secretária de Justiça, Wanda
Vázquez, assumirá o cargo ocupado por Rosselló por dois anos e meio.
O político de 40 anos, filho de um ex-governador, Rosselló tornou-se o
primeiro chefe do Executivo a renunciar na história moderna de Porto
Rico, território dos EUA onde vivem mais de 3 milhões de cidadãos
americanos.
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