Mesmo antes do coronavírus, já era considerada “o mal do século”.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a partir desta década, será a
principal causa de absenteísmo, isto é, faltas no trabalho. Já o é,
entre os que trabalham no mercado financeiro de São Paulo.
Parece paradoxal, porque a partir da Segunda Guerra centenas de
milhões de pessoas tiveram acesso a alimentos de qualidade, serviços de
saúde e níveis de conforto com os quais nossos antepassados não ousavam
sonhar.
Embora a pobreza possa aumentar a prevalência de pessoas deprimidas
nas sociedades, por que razões tantos que desfrutam de melhores
condições financeiras desenvolvem um transtorno que lhes subtrai o
prazer de viver?
Nas últimas décadas, a ênfase foi dada à biologia dos
neurotransmissores, os sinais químicos que os neurônios trocam nas
sinapses. A descrição das alterações na produção, na concentração e nas
atividades desses mediadores envolvidos na fisiopatologia da doença
levaram às sínteses de medicamentos antidepressivos para corrigir os
desequilíbrios neuroquímicos associados a ela.
A despeito desses avanços, desarranjos na “química cerebral” não são
suficientes para explicar o crescimento dessa prevalência na sociedade
moderna. Sem invadir a seara dos especialistas, tomo a liberdade de
enumerar dois dos fatores que talvez nos ajudem a entender.
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