A
rápida passagem de Regina Duarte pelo comando da Secretaria de
Cultura do Governo Federal ainda deve lhe render dores de cabeça. Ela,
agora, é alvo de um processo em que é acusada de fazer apologia ao crime
de tortura, denúncia que inclui também o Ministério do Turismo, do qual
a pasta da cultura faz parte. A acusação é sobre as declarações dadas
em entrevista da ex-secretária ao canal CNN Brasil em maio passado.
A ação é movida pela jornalista Lygia Jobim, filha do diplomata José
Jobim, sequestrado e morto durante a ditadura militar. Lygia afirma que
Regina relativizou os crimes cometidos durante o período. A ação tramita
no Juízo Substituto da 23ª VF do Rio de Janeiro e cobra R$ 70 mil em
indenizações por parte de Regina.
Entre suas declarações na entrevista, Regina falou em "sempre houve
tortura" e não querer "arrastar um cemitério". "Mas a humanidade não
para de morrer, se você falar de vida, de um lado tem morte. Por que
olhar para trás? Não vive quem fica arrastado cordéis de caixões",
declarou Regina na época.
Em entrevista dada ao jornal O Globo, Lygia se disse horrorizada pela
forma como Regina naturalizou a tortura e de que se tratava de um
"acinte a todos que foram afetados pela violência". Jobim também fala
que move o processo pela "grande família de afetados" pela ditadura.
Seu pai despareceu em 1979 e foi encontrado morto dois dias depois,
pendurado em uma árvore. Ele falava em denunciar um esquema de
superfaturamento na construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Em 2018,
foi reconhecido oficialmente que José Jobim foi torturado e morto.
Regina Duarte não se pronunciou sobre o processo.
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