terça-feira, junho 23, 2020

Regina Duarte é processada por apologia à tortura.

A rápida passagem de Regina Duarte pelo comando da Secretaria de Cultura do Governo Federal ainda deve lhe render dores de cabeça. Ela, agora, é alvo de um processo em que é acusada de fazer apologia ao crime de tortura, denúncia que inclui também o Ministério do Turismo, do qual a pasta da cultura faz parte. A acusação é sobre as declarações dadas em entrevista da ex-secretária ao canal CNN Brasil em maio passado.

A ação é movida pela jornalista Lygia Jobim, filha do diplomata José Jobim, sequestrado e morto durante a ditadura militar. Lygia afirma que Regina relativizou os crimes cometidos durante o período. A ação tramita no Juízo Substituto da 23ª VF do Rio de Janeiro e cobra R$ 70 mil em indenizações por parte de Regina.

Entre suas declarações na entrevista, Regina falou em "sempre houve tortura" e não querer "arrastar um cemitério". "Mas a humanidade não para de morrer, se você falar de vida, de um lado tem morte. Por que olhar para trás? Não vive quem fica arrastado cordéis de caixões", declarou Regina na época.

Em entrevista dada ao jornal O Globo, Lygia se disse horrorizada pela forma como Regina naturalizou a tortura e de que se tratava de um "acinte a todos que foram afetados pela violência". Jobim também fala que move o processo pela "grande família de afetados" pela ditadura.

Seu pai despareceu em 1979 e foi encontrado morto dois dias depois, pendurado em uma árvore. Ele falava em denunciar um esquema de superfaturamento na construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Em 2018, foi reconhecido oficialmente que José Jobim foi torturado e morto. Regina Duarte não se pronunciou sobre o processo.

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