Após o presidente do Facebook Brasil ser intimado pelo ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a cumprir ordem
de bloqueio de doze perfis bolsonaristas na rede social, a empresa
informou neste sábado (1º), que as contas foram suspensas
internacionalmente.
O bloqueio temporário foi determinado pelo ministro no âmbito do
inquérito das fake news, que apura notícias falsas, ofensas e ameaças
contra autoridades. A medida foi justificada pela necessidade de
‘interromper discursos criminosos de ódio’ e solicitada ainda em maio,
quando apoiadores do governo foram alvo de buscas em operação da Polícia
Federal.
A plataforma, no entanto, demorou dois meses para cumprir a ordem e o
fez somente após intimação na semana passada. Como os bloqueios ficaram
restritos a território nacional, o ministro voltou a cobrar as empresas
pedindo a suspensão total, sob pena de multa diária de R$20 mil.
Inicialmente, o Facebook veio a público informar que iria recorrer da
decisão para estender o bloqueio a nível mundial. Na sequência,
Alexandre intimou o presidente da empresa e ampliou para R$ 100 mil a
multa diária. O ministro também apontou que o valor acumulado pelo
descumprimento da decisão já chega a R$ 1,92 milhão.
Diante da nova ordem, a plataforma informou que ‘não teve
alternativa’ a não ser cumprir o bloqueio, classificado como ‘extremo’.
Entre os perfis suspensos estão o do ex-deputado federal Roberto
Jefferson (PTB), dos empresários Luciano Hang e Otávio Fakhoury, da
extremista Sara Giromini, dos blogueiros Allan dos Santos, Bernardo
Kuster e Winston Lima, do humorista Reynaldo Bianchi, do militante
Marcelo Stachin, do assessor do deputado estadual de São Paulo Douglas
Garcia (sem partido) e pré-candidato a vereador pela capital Edson Pires
Salomão e de outros aliados do presidente Jair Bolsonaro.
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