sábado, setembro 22, 2012

Mais de 7 milhões de crianças de 10 a 14 anos já têm celular no Brasil.

Eles ainda não saem sozinhos. Não têm compromissos profissionais. Ainda assim, 7,2 milhões de crianças de 10 a 14 anos tinham telefones celulares em 2011, ou 41,9% das pessoas nessa faixa etária. São 2,1 milhões a mais do que em 2009, quando essa fatia correspondia a 29,3%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As crianças de 10 a 14 anos fazem parte da parcela da população que teve o segundo maior aumento porcentual, cresceram 12,5 pontos porcentuais. O grupo de 15 a 17 anos teve o maior salto - 67,5% possuíam celular em 2011, 15,7 pontos porcentuais a mais do que em 2009.

Especialista em cultura do consumo, o professor da Fundação Getúlio Vargas Eduardo Ayrosa lembra que nessa faixa etária, os pré-adolescentes estão "construindo a sua identidade, em que o consumo fala muito forte". "O celular é um instrumento de identificação e de distinção muito forte. É absolutamente fundamental que se sintam aceitos", afirma. Ele vê a questão como fenômeno irreversível. "Para essa geração, usar o celular é como escrever".

A pesquisa não permite saber se o celular é um desejo das crianças, ou se a compra é iniciativa dos pais. Ayrosa aposta na segunda alternativa. "A sociedade entende a capacidade de se comunicar como capital fundamental. É assim que os pais entendem a vida, e não podem permitir que os filhos o façam de outra maneira".
 
O acesso à telefonia móvel cresceu - passou de 57,6% para 69,1%, entre as duas últimas PNADs. Dos 61.292 domicílios, 89,9% tinham telefone. Desses, 49,7% tinham apenas celular e 3,5% apenas telefone fixo; 36,7% dos domicílios tinham as duas modalidades de telefonia; 10,1% não tinham nem celular nem telefone fixo.

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