O Ministério Público do Acre (MP-AC) teve um recurso negado nesta quinta-feira (24), e deu à Telexfree uma oportunidade de comemorar o que considera uma nova vitória no processo em que é acusada de ser uma pirâmide financeira . A Justiça manteve a interpretação de que os promotores terão de provar que o negócio é ilegal.
Em decisão, Thaís Khalil, juíza da 2ª
Vara Cível de Rio Branco, reafirmou, entretanto, que os negócios da
Telexfree têm indícios de serem uma pirâmide financeira.
Numa ação civil pública que
chegou à Justiça no início de julho, os promotores pedem que a
Telexfree seja reconhecida como uma pirâmide financeira – o que é ilegal
– e obrigada a devolver o dinheiro de quem investiu no negócio.
Estima-se que 1 milhão de pessoas –
chamados de divulgadores – tenham aderido à Telexfree, que prometia
lucros expressivos na venda de pacotes de telefonia VoIP , na colocação de anúncios na internet e no recrutamento de mais gente para a rede.
Os representantes da Telexfree negam irregularidades.
Inicialmente, ao analisar a ação civil
pública, a juíza determinou que a Telexfree deveria provar a sua
inocência. Essa interpretação, chamada de inversão de ônus da prova, é
comumente aplicada em casos que envolvem consumidores.
No início de outubro, entretanto, Thaís reviu essa decisão, e atribuiu aos promotores a responsabilidade de provar as irregularidades ,
como é comum em outros casos. Essa mudança decorreu do fato de a juíza
ter entendido qu a relação entre os divulgadores e a Telexfre não é
fundamentalmente de consumo.
O MP-AC recorreu da decisão com o
argumento de que não havia pedido a inversão do ônus da prova, e que a
juíza foi contraditória ao negar que a relação seja fundamentalmente de
consumo mas reconhecer existir alguma relação de consumo entre
divulgadores e empresa.
Ontem quinta-feira (24), a Justiça negou
o recurso do MP-AC. A promotora Alessandra Marques, responsável pelo
caso, minimizou a derrota.
“Não muda nada na prática, porque temos provas”, disse Alessandra ao iG . “Aliás, é interessante ver a empresa não querer provar que age licitamente.” (IG)
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