Distúrbios cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo
Desenvolvidas para o tratamento do
colesterol alto, as estatinas estão entre os remédios mais consumidos no
mundo. Só nos Estados Unidos há 36 milhões de pacientes. No Brasil, 8
milhões. Dá-se como certo que o número de pessoas em tratamento com
estatinas deve dobrar a partir da divulgação, na semana passada, da nova
cartilha para a prevenção de problemas cardiovasculares, elaborada pela
Associação Americana do Coração e pelo Colégio Americano de
Cardiologia. Entre as principais mudanças em relação às orientações
anteriores, lançadas em 2002, estão, além da ampliação da prescrição de
estatinas, a extinção de metas específicas para a redução de LDL, o
colesterol ruim, tão firmemente acompanhada pelos médicos, e a criação
de um teste rigoroso para o cálculo do risco cardiovascular. Diz o
cardiologista Raul Dias dos Santos, professor da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo: “As mudanças propostas abrem a
possibilidade de tratamento para pessoas que se encontravam sob ameaça,
mas que, até agora, não estavam em grupos de risco”.
Os distúrbios cardiovasculares são a
principal causa de morte no mundo, com 17 milhões de óbitos todos os
anos (300 000 deles no Brasil). O aumento nos casos de infarto e derrame
está diretamente associado aos piores hábitos da vida moderna:
obesidade, tabagismo, dietas desequilibradas (abundantes em sal, açúcar e
gorduras) e sedentarismo. Esses fatores contribuem para deixar as
artérias entupidas, enrijecidas e inflamadas. Não bastasse a dificuldade
de mudanças no estilo de vida, uma minoria de pacientes segue o
tratamento à risca. Entre os brasileiros, eles não passam de 20%. Não é à
toa, portanto, que se dá o cerco agora anunciado. As diretrizes
americanas dividem em quatro grupos os candidatos a tratamento com
estatinas.
Precisam receber tratamento
medicamentoso todas as vítimas de doenças cardiovasculares; quem
apresenta taxas de LDL acima de 190 miligramas por decilitro de sangue;
os diabéticos acima de 40 anos; e aqueles que têm uma probabilidade de
7,5% ou mais de desenvolver infarto ou derrame nos próximos dez anos.
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