quarta-feira, fevereiro 24, 2016

Adolescente é internado em coma alcoólico após trote em universidade.

Era para ser um dia feliz. Mas, o primeiro dia de aula do filho da Gislei Taciane Alves no curso de Agronomia, da Universidade do Norte do Paraná (Unopar) em Londrina, no norte do Paraná, virou caso de polícia. A mãe deixou o filho adolescente na faculdade pela manhã, mas ao meio-dia o encontrou no hospital da Zona Sul. O jovem estava ferido e em coma alcoólico. Fotos mostram o calouro bebendo cachaça.

“Ele contou que durante a aula os veteranos bateram nas portas pedindo para os professores liberarem os alunos. Quando eles saíram, já perguntam ‘vocês estão com medo?’. Os veteranos levaram os calouros para fora do campus. É lógico que eles não vão fazer o trote dentro da instituição. Mas, como que a faculdade não faz nada sendo que há muitos guardas e os alunos passam por dentro do campus”, argumenta Gislei.

O filho ainda relatou a Gislei que os veteranos amarraram e obrigaram todos os calouros a tomar muita bebida. Segundo a mãe do aluno, a médica que atendeu o menino no hospital disse que ele bebeu mais de três litros de bebida alcóolica. O menino ainda machucou o nariz e a boca.
Após a recuperação do filho, Gislei conta que procurou a Unopar para saber quais providências a instituição iria tomar, no entanto, segundo a mãe do adolescente, a universidade tratou o caso como algo normal.

“Estou revoltada. Porque você chega na Unopar e eles falam ‘tenha paciência mãe, o primeiro dia é assim mesmo, manda ele voltar’. Paguei a mensalidade e a inscrição com sacrifício, não tirei o dinheiro do bolso porque estava sobrando. Paguei porque quero que o meu filho seja uma pessoa melhor, para ser uma pessoa que não faz isso com os outros. Mas, aí entrego o meu filho para uma instituição, confiando no nome dela, e o meu filho sai dessa forma. Eu quero que a universidade puna quem fez isso com o meu filho. Eles falam que não tem como identificar, mas então ali não é um lugar seguro para estudar”, desabafa Gislei Alves.

A Polícia Civil já começou a investigar o caso para identificar os envolvidos no trote e saber da responsabilidade de cada um deles, inclusive da própria universidade.

“Por ter alunos menores de idade, adolescentes, a universidade pode ser sim responsabilizada civilmente pela negligência, por não ter agido. Já quem aplicou o trote [veterano], pode responder por lesões corporais e até mesmo por tentativa de homicídio”, explica o delegado-chefe de Londrina, Sebastião Ramos dos Santos Neto.
Em nota, a Unopar disse que repudia qualquer ato de violência, opressão ou constrangimento dentro e fora do ambiente acadêmico. Segundo a universidade, esse fato aconteceu do lado de fora do prédio. A Unopar disse também que orienta calouros e veteranos a praticarem o trote solidário com ações de responsabilidade social. Via g1.

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