Dois chefes de Estado da América do Sul,
o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Bolívia, Evo Morales,
declararam apoio à presidenta Dilma Rousseff após decisão da Câmara dos
Deputados de abertura do processo de impeachment na Câmara dos Deputados ontem domingo (17). Em sua conta no Twitter, Maduro questionou a
legalidade do processo aprovado e acusou a oposição brasileira de atuar
por “ordem yankee”, referindo-se aos Estados Unidos.
“A direita do continente desconhece a
Soberania Popular. Pretendem que desapareçamos? Alerta, alerta que
caminha”, escreveu o presidente venezuelano. Junto com a declaração,
Maduro postou fotos de manifestações contra o impeachment feitas no
Brasil. Essa foi a mais recente das manifestações pela rede social do
presidente venezuelano, dado a frequentes críticas aos governos de
direita e ao que chama de “imperialismo norte-americano”.
Antes da votação, Maduro havia feito
outra publicação sobre a crise política no Brasil. Ele postou uma foto
de manifestantes com bandeiras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra. Na imagem, o grupo erguia uma bandeira com os rostos do
vice-presidente Michel Temer e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). “O povo brasileiro mobilizado diz ‘não ao golpe a Dilma’,
entretanto, o Parlamento atua como um lacaio do Império”. Outro post diz
“A presidente Dilma chegou ao poder com 54 milhões de votos, hoje 437
gorilas a ameaçam por ordem yankee”.
Também via Twitter, o presidente
boliviano, Evo Morales, foi outro a criticar a abertura do processo de
impeachment de Dilma. Ele referiu-se à votação de domingo à noite como
um “golpe”, reproduzindo um discurso amplamente repetido pelos críticos
ao impeachment e pela própria Dilma. “Não ao golpe no Congresso.
Defendamos a democracia do Brasil, sua liderança regional e a
estabilidade da América Latina”.
Com 367 votos a favor, o processo de
impeachment contra Dilma foi aberto na noite de ontem e segue para
análise do Senado. O pedido teve como base o argumento de que Dilma
cometeu crime de responsabilidade por causa do atraso nos repasses a
bancos públicos para o pagamento de benefícios sociais, que ficaram
conhecidos como pedaladas fiscais. Os autores do pedido também citaram a
abertura de créditos suplementares ao Orçamento sem autorização do
Congresso Nacional como motivo para o afastamento da presidenta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário