A perda do status de país livre do sarampo representa um retrocesso
para o Brasil e as Américas, segundo avaliação da vice-presidente da
Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai. O anúncio
de que o país vai perder o certificado
de eliminação da doença foi feito pelo próprio Ministério da Saúde esta
semana, após a confirmação de um caso no Pará, no fim de fevereiro.
“É triste ver voltar uma doença que já foi uma das principais causas
de mortalidade infantil. A vacinação contra o sarampo mudou a
mortalidade infantil, fez cair a mortalidade infantil. Conversando com
um grupo de médicos como eu, que vi o sarampo, assinei muito atestado de
óbito de criança que morreu por sarampo, ver a doença voltar é, sem
dúvida alguma, um retrocesso que não precisava existir”, disse.
A a pediatra, que atua há mais de 30 anos na área de imunização,
defendeu estratégias com foco na comunicação com a população e na
capacitação de profissionais. Ela lembrou que, apesar das baixas taxas
de cobertura, a dose contra o sarampo sempre esteve disponível nos
postos de saúde.
“Todos os anos, a gente tem a campanha de atualização da caderneta de
vacinação. Antigamente, era uma campanha só para o sarampo. Agora,
passou a ser um dia para atualizar todas as doses em atraso.”
A especialista afirmou que é necessário resgatar a memória sobre a
importância da vacina na imunização e a compreensão de que, mesmo não
tendo a doença, se parar de vacinar, o mal pode voltar.
“Parece que as pessoas hoje prestam mais atenção em fake news,
numa informação que não é verdadeira, e não valorizam a doença.
Antigamente, quando o ministério fazia uma campanha contra o sarampo, as
famílias iam correndo porque viam os amiguinhos dos filhos morrerem ou
adoecerem por sarampo. Hoje em dia, ninguém mais vê sarampo.”
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