Em um dia de fortes turbulências no mercado financeiro, o dólar teve a
maior alta diária desde maio de 2017 e a bolsa de valores despencou. O
dólar comercial encerrou esta sexta-feira (22) vendido a R$ 3,902, com alta de R$ 0,102 (2,69%). A divisa fechou no valor mais alto desde 26 de dezembro (R$ 3,922).
Desde 18 de maio de
2017, dia seguinte à divulgação de gravações do empresário Joesley
Batista, a moeda norte-americana não subia tanto em um dia. Naquela
sessão, o dólar comercial valorizou-se 8,15%. Nesta semana, a divisa
acumulou alta de 2,14%.
O dia também foi marcado pela tensão no mercado de ações. O Ibovespa,
índice principal da B3 (antiga Bolsa de Valores de Sâo Paulo), encerrou
a sexta-feira com queda de 3,1%, aos 93.735 pontos. O indicador, que bateu recorde e encostou nos 100 mil pontos na última segunda-feira (18), fechou a semana com queda de 5,45%. Esse foi o pior desempenho semanal desde agosto de 2018.
A turbulência no mercado financeiro ocorre no dia seguinte à prisão
do ex-presidente Michel Temer e ao adiamento da escolha do relator da
reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara
dos Deputados. No exterior, as tensões em torno do Brexit –saída do
Reino Unido da União Europeia – e a divulgação de dados econômicos mais
fracos que o esperado na zona do euro afetaram o mercado global.
Nos Estados Unidos, a curva de juros dos títulos do Tesouro
norte-americano inverteu-se pela primeira vez desde 2007. A última vez
em que isso ocorreu foi um ano antes da recessão global provocada pela
crise no mercado de hipotecas imobiliárias, em 2008.
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