O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski
decidiu hoje (21) que a defesa do médium João de Deus deve ter acesso a
três laudos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)
usados na fundamentação da prisão preventiva. O ministro atendeu pedido
feito pela defesa para que os documentos sejam liberados.
Em dezembro do ano passado, a defesa do médium negou que o cliente
tenha sacado cerca de R$ 35 milhões de suas contas bancárias e
aplicações financeiras antes de se entregar à Justiça. Segundo o
advogado Alberto Toron, representante de João de Deus, o valor estava
investido em um banco privado.
O médium foi preso no 16 de dezembro do ano passado sob a acusação de
violação sexual mediante fraude e de estupro de vulnerável, crimes que
teriam sido praticados contra centenas de mulheres na instituição em que
atendia pessoas em busca de tratamento espiritual, em Abadiânia, Goiás.
No início da noite, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Nefi Cordeiro determinou que o médium deixe a prisão e seja encaminhado
para internação no Instituto de Neurologia de Goiânia. De acordo com a
decisão, o médium deverá ficar internado durante o período de quatro
semanas, sob escolta policial, ou monitoramento por tornozeleira
eletrônica.
O ministro atendeu a um pedido da defesa de João de Deus, que tem
problemas de pressão arterial e um "aneurisma da aorta abdominal com
dissecção e alto risco de ruptura", segundo os advogados.
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