A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público
Federal (MPF), pediu explicações ao Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) sobre a criação de grupo
que decidirá quais questões entrarão ou não no Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) 2019. A autarquia terá o prazo de cinco dias para prestar
as informações solicitadas pela procuradoria.
A procuradora federal dos Direitos do Cidadão Deborah Duprat
encaminhou o ofício ao presidente do Inep, Marcus Vinícius Rodrigues,
solicitando explicações sobre quais foram as avaliações realizadas em
relação ao Enem 2018 que levaram à conclusão da necessidade de adoção da
etapa técnica de revisão do Banco Nacional de Itens, assim como quais
profissionais especialistas em avaliação educacional e quais
instituições de educação superior participaram dessa avaliação.
A procuradora pede, ainda, que a autarquia esclareça quais os
critérios sugeridos nessa avaliação para análise da pertinência das
questões e a qualificação técnica e profissional dos membros da comissão
instituída pelo órgão.
No documento enviado à autarquia, a procuradoria destaca que o
Supremo Tribunal Federal (STF) conta com jurisprudência sobre o chamado
“abuso de poder” normativo, que busca conter eventuais excessos
decorrentes do exercício imoderado e arbitrário da competência
institucional outorgada ao poder público.
"O entendimento é de que o Estado não pode, no desempenho de suas
atribuições, dar causa à instauração de situações normativas que
comprometam e afetem os fins que regem a prática da função de legislar",
diz em nota o MPF.
O Inep disse, em nota, que recebeu o ofício da Procuradoria Federal
dos Direitos do Cidadão e o responderá "tempestivamente, dentro do prazo
estipulado de cinco dias". A autarquia disse ainda que os critérios da
análise a ser realizada pelo grupo especial misto para leitura
transversal dos itens que irão compor o Enem 2019 estão estipulados em portaria publicada nesta quarta-feira (20) e detalhados em nota técnica.
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