O ex-presidente Michel Temer permaneceu em silêncio durante
interrogatório, hoje (22), na Superintendência Regional da Polícia
Federal (PF) no Rio de Janeiro, onde está preso desde ontem (21). A
informação foi divulgada nesta sexta-feira pela procuradora da República
Fabiana Schneider, integrante da força-tarefa da Lava Jato no Rio.
Segundo Fabiana, dos oito presos na operação, apenas o ex-ministro
Moreira Franco aceitou falar, negando ter recebido ou oferecido propina.
De acordo com a procuradora, Temer apenas informou, por meio de seus
advogados, que não iria falar.
Questionada se os fundamentos dos mandados de prisão eram
suficientemente sólidos para justificar a prisão de Temer, Moreira e os
demais presos, Fabiana disse que sim, por se tratar de membros de uma
organização criminosa estável, que vinha ocultando patrimônio e atuando
há cerca de 40 anos.
“A força-tarefa do Rio de Janeiro tem sido bastante comedida nos seus
pedidos de prisão. Se não houvesse motivos suficientes para prisão
preventiva, com toda certeza, nós não faríamos esses pedidos. Nós
estamos absolutamente convencidos da necessidade da manutenção da
prisão. A gente está falando de uma organização criminosa que assalta o
erário há quase 40 anos, em valores muito superiores aos quais estamos
acostumados, de R$ 1,8 bilhão, pelo menos”, disse Fabiana.
Segundo a procuradora, uma eventual soltura dos presos, por força de habeas corpus
impetrados no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) poderia
atrapalhar as investigações. O TRF2 informou que os pedidos de habeas corpus
serão julgados pela 1ª Turma, na próxima quarta-feira (27). “Não é a
expectativa que nós temos. Gostaríamos que o nosso pedido continuasse
vigente, mas aí é o entendimento de cada magistrado. Pode atrapalhar,
tanto que a força-tarefa pediu a prisão”, afirmou Fabiana.
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