O número de operações policiais no estado do Rio de Janeiro aumentou
em 42% de março a junho deste ano, em relação ao mesmo período de 2018,
passando de 203 para 288. Os números são do Observatório da
Segurança-Rio, uma rede de pesquisadores lançada no dia 28 de maio,
apresentados hoje (9).
O trabalho é feito com a coleta de dados dos indicadores oficiais, da
imprensa, da sociedade civil e das redes sociais. O levantamento é
comparado com o início da intervenção federal, iniciada no estado em
meados de fevereiro do ano passado.
O coordenador da pesquisa, Pablo Nunes, destacou que, embora em
número maior, as operações têm tido menos articulação entre as forças de
segurança e também menos ações baseadas em inteligência, ficando apenas
no “combate ostensivo da criminalidade”.
“Se durante a intervenção a gente tinha 30% das operações com ao
menos duas agências de segurança, seja Polícia Militar, Polícia Civil ou
Forças Armadas trabalhando em conjunto para combater a criminalidade,
esse percentual diminuiu para 3% este ano. A gente tem visto que, com a
exclusão da Secretaria de Segurança Pública, houve um efeito drástico
nessas operações, que têm sido feitas pelas polícias de forma
completamente desarticulada com a outra”, explicou.
Os dados levantados pelo observatório nas fontes oficiais, como o
Instituto de Segurança Pública (ISP), consolidado até maio, também
indicam aumento de 19,1% nas mortes provocadas por agentes de segurança,
com um total de 731 no período, contra 614 em 2018.
“A gente também tem visto que as polícias têm respondido cada vez por
maior número de proporção de mortes violentas. Nesses primeiros seis
meses, o Rio de Janeiro teve 731 mortes cometidas pelas forças de
segurança, e elas respondem por 28,6% do total de mortes violentas no
estado, que foram 2.558”, disse o coordenador da pesquisa.
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