De acordo com Eduardo Jácome, que está à frente do Programa, 592 casos de picadas de escorpiões foram notificados e registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), podendo ser um número ainda mais alto devido a notificações represadas que não são enviadas para a Sesap. Mesmo que os casos registrados sejam leves e moderados, alguns precisaram de soroterapia, sem maiores intervenções.
Em 2021, o RN confirmou dois óbitos por picadas, e um deles causou comoção por se tratar de uma criança como vítima. Jácome explicou que o programa investigou o desfecho do caso. “Fomos na casa visitar o imóvel e o entorno e notamos que tinham muitos entulhos, além de encanação aberta naquela região, o que acaba favorecendo o aparecimento desse tipo de animal. A criança brincava nesse ambiente, por fatalidade ele sofreu essa picada e foi conduzido para o Hospital Walfredo Gurgel. Lá, já foi evoluindo, teve parada cardiorrespiratória e foi a óbito”, disse.
Há cerca de 3 anos, o servidor público Joel Câmara, de 30 anos, estava capinando o quintal de casa quando sofreu uma picada ao pegar o lixo com a mão. “Como estava sem luvas – a gente assume o risco – pensei ter sido uma picada de formiga mesmo. O problema é que rapidamente a dor se intensificou. Achei estranho e fui olhar o mato com mais atenção, quando vi o escorpião, daqueles amarelinhos”, relatou Joel.
Ele ainda explica como o atendimento foi realizado e quais orientações recebeu. “Particularmente eu não sabia o que fazer ou o que tomar, então liguei para o Samu. O atendente me informou que o soro antiescorpiônico só estava à disposição no Hospital Giselda Trigueiro, então me perguntou onde eu morava [em Parnamirim] e se eu estava sentindo sintomas leves, em grau moderado ou forte. O rapaz do Samu me orientou, dizendo que se eu não tivesse sentido sintomas muito fortes, não seria necessário o deslocamento ao Giselda. O soro se aplica mais nos casos de crianças, idosos ou pessoas alérgicas, o que provavelmente não era o meu caso. Resumindo, fiquei em casa e tomei uma dipirona para combater a dor, de forma localizada na mão, e isso bastou”, contou.
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