Segundo o estudo Cocaine Insights, a imposição do isolamento para frear o avanço da doença permitiu que as forças de segurança brasileiras dedicassem mais recursos ao combate à circulação de entorpecentes como maconha e a cocaína, drogas mais traficadas no país.
Em contrapartida, a venda de maconha aumentou em território brasileiro, impulsionada pelos fluxos vindos do Paraguai. No caso da cocaína, embora a entrada da substância em território brasileiro tenha se elevado, o tráfego de saída para outras nações sofreu queda, por conta do fechamento de fronteiras.
O índice de apreensões internas de cannabis cresceu 107% entre 2020 e 2021, em comparação com o período 2018/2019. Contudo, o confisco de cocaína diminuiu 37% nesse intervalo, influenciado pelas interrupções no transporte internacional.
O levantamento produzido pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), em parceria com o Centro de Excelência para a Redução da Oferta de Drogas Ilícitas no Brasil (CdE), analisou o impacto da pandemia na distribuição e apreensão de drogas no Brasil, e faz uma comparação entre os 12 meses anteriores ao surgimento da Covid, em 2019, e os 12 meses pós-pandemia, em 2021.
Os resultados sugerem que medidas de enfrentamento à crise sanitária afetaram a atuação das forças policiais e comprometeram as atividades de grupos do crime organizado. O contexto também impactou os fluxos de cocaína e cannabis, bem como induziu mudanças nas modalidades de tráfico, entre outros reflexos no mercado de substâncias ilícitas no Brasil.
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