Até mesmo o cenário dos adversários de Lula em 2022 e 2006 é similar. Neste ano, o atual presidente, Jair Bolsonaro tem 29% e Ciro Gomes é o terceiro colocado, com 8% das intenções de voto. Há 14 anos, o adversário de Lula era o seu atual companheiro de chapa, Geraldo Alckmin. Então pelo PSDB, o tucano tinha 24% das intenções de voto. Na terceira colocação estava Heloísa Helena, do PSOL, com 12% na pesquisa do Datafolha feita em agosto de 2006.
As semelhanças, entretanto, não param por aí. Até mesmo dentro dos estratos há semelhanças entre os dois momentos. Um dos maiores grupos do eleitorado, aqueles com renda de até 2 salários mínimos, preferia Lula em 2006 e 2022 praticamente na mesma proporção: neste ano, 54% desse grupo diz que irá votar no presidente. Em 2006, eram 52%.
Naquelas eleições, a disputa foi para o segundo turno. Em fato raro, Alckmin teve menos votos no segundo turno do que no primeiro: 39,9 milhões contra 37,5 milhões, 2,4 milhões a menos.
No estrato mais rico do eleitorado, aquele com renda superior a 10 salários mínimos, a intenção de voto também é praticamente idêntica: Lula tinha 32% em 2006 e tem 33% nesse grupo este ano.
Uma diferença, entretanto, está na proporção entre homens e mulheres que formavam o eleitorado de Lula entre as duas eleições. Em 2006, a maioria dos entrevistados que diziam preferir Lula era de homens: 52% diziam que votariam em Lula, enquanto o petista era o preferido de 43% das mulheres. Este ano, os dois grupos praticamente se equivalem: Lula tem 48% da intenção de voto dos homens e 46% das mulheres.
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