O deputado Natan Donadon (sem
partido/RO) (e), acompanhado do advogado Gilson Cesar Stephanes e do
deputado Sergio Moraes, no plenário da Câmara dos Deputados, em
Brasília, ontem quarta-feira (28), dia de sessão que analisará o pedido
de sua cassação
A Câmara dos Deputados ultrapassou, ontem quarta-feira, 28, todos os limites do ultraje. Numa decisão sem
precedentes, mesmo para uma Casa acostumada a sucessivos escândalos, os
deputados decidiram manter o mandato de um presidiário condenado a 13
anos e 4 meses de prisão. Natan Donadon (sem partido-RO), que respondia a
um processo de cassação, escapou da perda de mandato porque não foi
atingido o número de 257 votos necessários para a cassação. Foram 233
votos a favor, 131 contra e 41 abstenções. O alto número de ausências
(108 parlamentares, de 513, simplesmente não votaram) também contribuiu
para o vexame.
Por causa do voto secreto, nunca se
saberá quais foram os parlamentares que ajudaram a construir o resultado
inadmissível. Na tribuna do plenário, só se ouviram discursos a favor
da punição do parlamentar, condenado por peculato e formação de
quadrilha. A palavra constrangimento foi a mais repetida pelos deputados
em seus discursos. Mas, em decisão inédita, a Câmara criou o primeiro
deputado encarcerado do Brasil. Donadon passa a ser um preso com
mandato: ele não tem direitos políticos, mas continua deputado. No
final, faltaram parlamentares com coragem, ética e respeito pelo povo.
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