A massa queridinha dos brasileiros, com cerca de 1,5 milhão de
unidades comercializadas por dia, em todo o país, segundo levantamento
feito pela ECD Food Service, pode se tornar uma vilã. De acordo com uma
pesquisa realizada pela Universidade de Michigan (EUA), a pizza é um dos
vícios alimentares mais difíceis de serem combatidos. O chocolate vem
em segundo lugar entre os alimentos que causam compulsão e, em terceiro,
os salgadinhos de batata (chips).
E por que isso acontece? Alimentos hipercalóricos e gordurosos
produzem a sensação de bem-estar e saciedade (pela liberação de
hormônios como a serotonina e da liptina), o que colabora com a
compulsão. Mas é preciso analisar a condição emocional e psicológica de
cada paciente para concluir o diagnóstico.
Porque está caracterizado que o uso da comida como forma de
satisfação caracteriza um conflito de ordem psicológica. Segundo
especialistas, alimentos ricos em açúcar e trigo – principal ingrediente
na fabricação de pizzas – ativam os centros de recompensa no cérebro,
podendo levar à dependência alimentar.
O problema está cada vez mais presente nos consultórios, como no da
psicóloga Silvia Cerqueira, do Hapvida Saúde. Segundo Silvia, o
principal sintoma está no ato descontrolado de comer, sem
necessariamente estar com fome.
“É diferente quando se tem um controle da escolha (consciente) ou se o
faz por impulso, gerando culpa e frustração. É importante verificar se o
quadro que gera o consumo excessivo desses alimentos é de depressão ou
ansiedade”, alerta.
A compulsão alimentar é um distúrbio reconhecido pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) e precisa de um tratamento multidisciplinar com
nutricionistas e psicólogos. A falta de ingestão de alimentos adequados,
taxas alteradas, pressão alta e diabetes são os maiores problemas
identificados na compulsão.
As condições emocionais aliadas a exercícios físicos e introdução de
um cardápio mais saudável são essenciais para um tratamento eficaz.
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