Um grupo de pesquisadores brasileiros e dos Estados Unidos, liderados
por astrônomos da Universidade de São Paulo (USP), fizeram uma
descoberta que pode ser peça-chave para ampliar a compreensão sobre os
primórdios da nossa galáxia. Trata-se da estrela rara 2MASS
J18082002-5104378, recém-identificada na Via Láctea.
Ela é uma estrela primitiva surgida quando o universo ainda era muito
jovem, sendo de difícil identificação por conta de seu pouco brilho.
Isso por que, minutos após o Big Bang, apenas os elementos químicos
hidrogênio e hélio foram produzidos. Já os mais pesados, chamados de
metais, vieram a surgir muito tempo depois, no interior das estrelas.
Diante disso, para estudar as primeiras fases da galáxia, é preciso
procurar estrelas pobres em metais. “Existe um bom número dessas
estrelas, mas a maioria delas é fraca, difícil de ser estudada em
detalhe com telescópios”, explicou Jorge Luis Meléndez Moreno, do
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), da
USP.
Segundo ele, são estrelas muito antigas e de órbitas caóticas,
formadas quando a galáxia estava mais afastada do sistema solar. Para se
ter ideia, a que foi descoberta tem menos de 1/10.000 da quantidade de
ferro do Sol e 13 bilhões de anos.
Seu tamanho é cerca de 88% da massa do Sol e a temperatura na sua
superfície é de 5.440 k, quase a mesma da estrela central do Sistema
Solar, 5.778 k. Sem contar o ferro, a atmosfera da estrela contém sódio,
silício, cálcio e níquel. Estimativa indica que ela esteja a 2.500
anos-luz de distância da Terra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário