O número de ocorrências relacionadas ao porte ilegal de armas
envolvendo jovens e adolescentes cresceu 20% em 2015 no Rio Grande do
Norte. De acordo com dados da Coordenadoria de Informações Estatísticas e
Análises Criminais (Coine), ligada a Secretaria de Segurança, o número
de ocorrências desse tipo saltou de 121, em 2014, para 145 em 2015.
Para Ivêrnio Hermes, coordenador do Coine, a arma é a porta de
entrada para a prática de outros crimes. Segundo ele, o porte da arma
está relacionado a questões de poder.
“Portar uma arma é sinônimo de confirmação de poder e justamente essa
sensação de que com a arma se pode tudo, que muitos jovens acabam
desenvolvendo a coragem para praticarem outros delitos”, analisa Ivênio.
Ainda para o coordenador, a maior dificuldade hoje das equipes de
investigação é justamente montar um mapeamento da origem dessas armas.
“Como essas armas chegam a esses jovens? Quem fornece? Como têm
acesso?”, questionou.
Ivênio observa que estas são as principais questões para se coibir os
crimes praticados com arma de fogo. O coordenador orienta ainda que
para que esse mapeamento seja feito seria necessária a adoção de um
padrão único de catalogação de dados.
“Somado a isso, a maioria dos estados brasileiros não têm capacidade
estrutural para periciar essas armas, quando apreendidas. Essa sem
dúvida é uma das principais dificuldades que impede a investigação da
origem desse armamento”, critica.
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