Dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que entre junho de
2010 e 2016 foram notificados quase 230 mil casos novos da doença. A
transmissão de gestantes para bebês é o principal problema. No ano
passado, a cada 1.000 bebês nascidos, 6,5 tinham sífilis. Em 2010, esse
número era de 2,4 em cada 1.000 nascimentos.
Para quem está em dúvida sobre quais os sintomas da doença, o
ginecologista responsável pela área de Reprodução Humana da clínica
Criogênesis, Renato de Oliveira, explica que a sífilis é uma doença
causada pela bactéria Treponema pallidum, e pode apresentar vários
sintomas e diferentes estágios. Na fase primária se manifesta por meio
de ulcerações nos órgãos genitais, lesões endurecidas e indolores. Na
secundária, ocorrem lesões avermelhadas em mãos, pés, mucosa oral, além
de febre, mal-estar e dor de cabeça. Já a terciária, o último estágio,
apresenta comprometimento do sistema nervoso central, sistema
cardiovascular e ossos.
—
Na gravidez, o diagnóstico clínico depende da fase evolutiva da doença.
Na sífilis primária, o sintoma mais característico é o surgimento de
feridas indolores, que são contagiosas, e nódulos linfáticos inchados.
No caso da sífilis secundária, pode-se apresentar febre, lesões
avermelhadas na pele, fadiga, dores e perda de apetite.
No caso da sífilis congênita, Oliveira explica que a sífilis
congênita pode se manifestar durante a gestação, logo após o nascimento
ou nos primeiros dois anos da criança.
— Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos
primeiros meses. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no
corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou
deficiência mental. Em alguns casos, a sífilis pode ser fatal.
A transmissão da doença se dá por meio de relação sexual, por
transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante
a gestação ou o parto. No geral, o tratamento é realizado com
antibióticos e deve estender-se aos parceiros sexuais.
De acordo com o especialista, o diagnóstico requer a solicitação de
um exame não específico chamado VDRL (Venereal Disease Research
Laboratory), que é realizado por meio da coleta de sangue.
— É um exame simples, de baixo custo e rápido. Durante o primeiro e a
transição do segundo para o terceiro trimestre da gravidez, todas as
gestantes devem realizá-lo. Se a mãe não fez o pré-natal ou não realizou
o exame durante o terceiro trimestre, ele deverá ser feito no momento
da internação para o parto. Via R7.
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