O governo do Panamá anunciou terça-feira
(27) que o grupo Odebrecht, acusado de pagar U$ 59 milhões em subornos
no Brasil para obter contratos, não poderá participar de futuras
licitações no país. As informações são da Rádio França Internacional.
De acordo com um comunicado lido pelo
ministro da Presidência, Álvaro Alemán, o governo panamenho decidiu
“adotar as ações necessárias para proibir que o Grupo Odebrecht obtenha
qualquer contrato em futuros processos de licitação pública”.
A proibição estará vigente até que a
Odebrecht demonstre “uma colaboração efetiva e eficaz nas investigações
do Ministério Público e se garantam os valores que o grupo deve
restituir ao Estado” pelos prejuízos causados, declarou Alemán. Ele
disse que o governo do Panamá adotará “medidas” para que a Odebrecht
abandone os processos de concorrência para os quais estava
pré-qualificada, no país, como a construção da Linha 3 do metrô da
capital e de uma ponte no Canal do Panamá.
O governo panamenho também cancelará
“sem custo para o Estado” um contrato com a Odebrecht para a construção
de uma hidrelétrica. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos
concluiu que a Odebrecht pagou subornos em nove países latino-americanos
para obter contratos.
Somente no Panamá o grupo teria pago,
entre 2010 e 2014, mais de U$ 59 milhões em subornos, para fechar
contratos totalizando U$ 175 milhões. A Controladoria do Panamá anunciou
que investigará Carlos González, ex-diretor de Projetos Especiais do
Ministério de Obras Públicas, por sua relação com o escândalo envolvendo
a Odebrecht e por “suposto enriquecimento ilícito”.
“Todas as pessoas relacionadas a atos de
subornos pela Odebrecht que ocuparam ou ocupam cargos públicos terão
sua situação patrimonial investigada”, informou o Controlador Geral,
Federico Humbert. “O povo exige que este caso seja esclarecido por
completo e que se faça justiça a este respeito”, afirmou.
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