quarta-feira, dezembro 14, 2016

Neto assistiu a vídeos sobre acidente e parou por recomendação do médico.

Último a ser resgatado no acidente aéreo que deixou 71 mortos, entre eles 19 jogadores da Chapecoense, o jogador Neto tem demonstrado curiosidade em relação à tragédia da qual apenas ele e outras cinco pessoas sobreviveram. Ainda internado no Hospital San Vicente Fundación, o jogador assistiu a vídeos sobre o acidente e só parou por recomendação médica. O relato é do médico intensivista Edson Stakonski, que segue acompanhando o jogador na Colômbia e concedeu entrevista nesta quinta-feira.

- Foi lhe contado sobre o acidente, ele sabe muito bem e chegou até a ver alguns vídeos do acidente. Tive uma conversa com ele e pedi para que não começasse a ver vídeos, não precisa. Se o cérebro dele protegeu ele disso, e tirou essa informação dele, não precisa ficar enxergando isso. Ele vai ter tempo. A gente tem que se proteger nesse momento, isso vai comover, vai deixá-lo triste. Ele tem que viver o luto, mas não precisa de um estímulo externo ou de uma informação externa, ele viveu essa experiência. Quando o cérebro dele estiver pronto, as coisas estiverem bem, o cérebro vai deixar. Não precisa ser nesse exato momento. Tenho conversado muito com ele para que não fique estimulando isso porque ele tem muitas lembranças que estão escondidas, mas são ruins - contou.    

A recuperação do jogador surpreendeu a equipe de médicos. Encontrado pelas equipes de resgate quando já se noticiava que não haviam mais sobreviventes, cerca de oito horas após a queda da aeronave, Neto era o que apresentava o quadro mais grave. Após deixar a UTI, ele será o último a retornar ao Brasil, nesta quinta-feira. 

Stakonski não escondeu a satisfação em ver o sucesso das demais transferências (o jornalista Rafael Henzel e os jogadores Jackson Follmann e Alan Rushel já retornaram) e disse que a missão será cumprida com a volta do zagueiro. 

- A relação com todos está muito próxima. Com Neto muito maior porque ele foi o paciente mais crítico, então, ele e o Follmann (goleiro) foram os dois que precisei ficar muito próximo, muito junto. Só vou conseguir relaxar a hora que chegar em Chapecó, estiver no hospital lá e passo esse "bastão" (...) Nossa missão era virmos para a Colômbia e levar todos os sobreviventes que achássemos, se fosse um, 30 ou 50. Encontramos seis, dois não brasileiros (tripulantes), que avaliamos, e os quatro brasileiros estamos levando para casa. A missão está sendo cumprida - afirmou.

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