Alvo de um mandado de condução
coercitiva – quando o investigado é levado a depor obrigatoriamente pela
polícia – na Operação Timóteo, o pastor Silas Malafaia afirmou, em seu
Twitter, nesta sexta-feira, 16, que está em São Paulo e vai se
apresentar. O pastor disse estar indignado. “Nesta manhã fui acordado
por um telefonema de que a Polícia Federal esteve na minha casa. Estou
em São Paulo e vou me apresentar”, escreveu em sua conta pessoal.
Mafalaia está em São Paulo, onde inaugurou uma igreja no último fim de semana, segundo informou a área de comunicação da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que preside. O pastor não esclareceu se vai se apresentar em São Paulo ou no Rio.
A investigação apura um esquema de
corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral (65%
da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais –
CFEM – tem como destino os municípios).
Malafaia é suspeito de apoiar na lavagem
do dinheiro do esquema, que recebeu valores do principal escritório de
advocacia investigado. A suspeita a ser esclarecida pelos policiais é
que este líder religioso pode ter “emprestado” contas correntes de uma
instituição religiosa sob sua influência com a intenção de ocultar a
origem ilícita dos valores.
O pastor afirmou no Twitter que recebeu
“uma oferta de R$ 100 mil, de um membro da Igreja do meu amigo pastor
Michael Abud”. “Não sei e não conheço o que ele faz. Tanto é que o
cheque foi depositado em conta. Por causa disso sou ladrão? Sou
corrupto? Recebo ofertas de inúmeras pessoas”, anotou Malafaia.
O pastor prosseguiu. “E declaro no
Imposto de Renda tudo o que recebo. Quer dizer que se alguém for bandido
e me der uma oferta, sem eu saber a origem, sou bandido?”, questionou
Malafaia. “É a tentativa para me desmoralizar na opinião pública Não
poderia ter sido convidado para depor? Vergonhoso. Recebi um cheque de
um advogado, como recebo, inúmeros ofertas e as declaro no IR. Sou
responsável pela bandidagem de outros? Estou indignado”, escreveu.
Os policiais fazem buscas e apreensões em 52 diferentes endereços relacionados com uma organização criminosa.
O nome da operação é referência a uma
passagem do livro Timóteo, integrante da Bíblia Cristã: “Os que querem
ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos
descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e
na destruição”, diz a passagem.
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