A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou nesta
terça-feira, 3 a difundir fora do Brasil a tese de que o petista é
vítima de uma “farsa”, pela qual vem sendo impedido de fazer sua
pré-campanha ao Palácio do Planalto. O advogado que defende o petista
nas Nações Unidas, Geoffrey Robertson, concedeu uma entrevista coletiva
para a imprensa estrangeira, na qual afirmou que Lula foi condenado em
um processo em que não teria sido encontrada nenhuma evidência de
contrapartida para os supostos atos de corrupção atribuídos a ele.
A coletiva ocorreu em Genebra, onde fica o Comitê de Direitos Humanos
da ONU (EACDH). O advogado britânico disse que Lula “continua lutando”
pela sua liberdade e para manter seus direitos políticos, mas que a
situação está se tornando “dramática” devido à proximidade do período
eleitoral.
O advogado, que falou ao lado de Valeska Teixeira Zanin Martins, que
também integra a defesa do ex-presidente, reiterou críticas ao processo
conduzido pelo juiz Sergio Moro e disse que ele se comportou como os
“juízes da inquisição”. “É como se a polícia conduzisse uma investigação
e depois tirasse o capacete e colocasse a toga”, comparou.
Citando ainda o comentário feito em 2017 pelo presidente do Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), para quem a sentença de Moro foi
“irrepreensível”, o defensor disse que o processo todo “foi uma farsa,
comandada por um grupo de juízes determinados a destruir Lula como
candidato”.
Em maio, o EACDH rejeitou o pedido de cautelar da defesa para que o
ex-presidente fosse solto no Brasil, mas disse que continuaria a avaliar
a admissibilidade e seu mérito. A própria comissão, no entanto, avisou
que dificilmente teria uma posição final antes do final do pleito
eleitoral deste ano.
Robertson disse que o órgão das Nações Unidas recomendou ao Brasil
que não tomasse “nenhuma atitude para frustrar o caso ou tornar a
decisão do comitê inútil”. À ONU, o governo brasileiro negou que o
ex-presidente sofra perseguição política.
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