Auditores fiscais do Ministério do Trabalho
resgataram nesta semana um homem que era mantido em condições análogas
às de escravidão com seu filho, na Fazenda Riachão, em Entre Rios (BA),
durante uma operação da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho
Escravo (Coetrae-BA). A propriedade rural pertence a Manoelito Argôlo
dos Santos, ex-prefeito de Entre Rios, dono de diversas fazendas de gado
e pai do ex-deputado federal Luiz Argôlo, que cumpre pena de 11 anos e
11 meses em regime fechado após condenação na Operação Lava-Jato.
A equipe de fiscalização encontrou diversas
irregularidades trabalhistas e o trabalhador que vivia com o filho em um
alojamento com péssimas condições de saúde e higiene, sem água potável.
Nenhum empregado das fazendas tinha carteira de trabalho assinada.Além
da fazenda Riachão, a equipe foi ao Rancho Alegre, também em Entre Rios,
e não encontrou o proprietário – que foi visto na região, mas não
apareceu para falar com os agentes públicos. Ao fiscalizar os locais e
entrevistar os 15 empregados, os auditores detectaram diversos ilícitos,
que resultarão em autos de infração, com aplicação de multas. Os
trabalhadores não tinham equipamentos de proteção, ninguém fazia exames
médicos ocupacionais e alguns recebiam menos do que um salário mínimo.
Também não era feito o recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS) e ninguém tirava férias. Os relatos dos trabalhadores
falam de até 30 anos nessas condições de trabalho.
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