Apesar das novas regras de concessão do auxílio-moradia, associações
de magistrados e integrantes do Ministério Público projetam retomar a
discussão do tema já no início de 2019, na tentativa de ampliar outra
vez o número de beneficiados. Para representantes do setor, a brecha que
possibilitaria a mudança foi criada pelo próprio texto que restringiu o
pagamento do auxílio apenas a casos de deslocamento, mediante
comprovante. Ele foi aprovado pelos conselhos Nacional de Justiça (CNJ) e
Nacional do Ministério Público (CNMP) na semana passada.
Um artigo incluído horas antes da votação estabelece que as novas
regras terão validade até que seja aprovada uma “resolução conjunta”
entre CNJ e CNMP, o que pode flexibilizar os critérios para o pagamento
do benefício. “O artigo 6 abre espaço justamente para que seja revisado,
com uma discussão mais aprofundada”, afirmou o presidente da Associação
dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Fernando Mendes.
Essa tentativa acontece em meio à insatisfação das associações com as
novas regras, que reclamam da forma como o tema tramitou nos conselhos.
As resoluções foram votadas pouco menos de um mês após o ministro Luiz
Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubar as liminares de 2014
que garantiam o benefício generalizado, em troca do reajuste de 16,38%
para o salário dos ministros do STF – base para o restante do
funcionalismo público.
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