Como apresentar a informação nutricional de forma clara ao consumidor
brasileiro? A questão é complexa e tem preocupado associações
representativas das indústrias de alimentos e bebidas, técnicos da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e representantes da
sociedade civil, que se debruçam há cerca de dois anos na elaboração de
um novo modelo para o rótulo nutricional.
Coordenado pela Anvisa, o movimento resultou na Rede Rotulagem,
iniciativa de 22 entidades ligadas ao setor de alimentos e bebidas,
entre elas a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação
Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas
(ABIR) e a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA). A
Rede Rotulagem apoia um rótulo que tenha clareza e informações
completas. “O novo modelo permitirá ao consumidor levar para casa aquele
produto que melhor se adeque ao seu estilo de vida, para que ele possa
tomar suas decisões de forma autônoma e consciente”, defende João
Dornellas, presidente-executivo da ABIA.
A urgência para reformular o modelo vigente pode ser explicada por
diversos motivos. Atualmente, as tabela nutricionais apresentam
ambiguidades e inconsistências, acarretando problemas de leitura e
entendimento. Há também ausência de informações nutricionais em vários
produtos.
Outro fator que impulsionou a discussão do novo modelo de rotulagem é
o aumento significativo das chamadas doenças crônicas não
transmissíveis, como o diabetes e a hipertensão arterial. Essas doenças
têm causas multifatoriais e uma delas está relacionada ao consumo de
alimentos processados.Por conta disso, a Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS), braço da Organização Mundial da Saúde (OMS), estipulou um
conjunto de ações para enfrentar as doenças crônicas em seu Plano de
Ação, lançado em 2014. Entre elas está um modelo de rotulagem inserido
na parte da frente das embalagens dos alimentos.
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