O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) informou que uma
decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o procedimento
investigatório criminal que apura movimentações financeiras atípicas de
Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), e
de outros assessores da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), “até que
o Relator da Reclamação se pronuncie”.
No entanto, o MP-RJ não informou o que motivou a decisão cautelar
proferida nos autos da Reclamação de nº 32989. “Pelo fato do
procedimento tramitar sob absoluto sigilo, reiterado na decisão do STF, o
MP-RJ não se manifestará sobre o mérito da decisão”, informou o órgão,
por meio de nota. O pedido ao STF foi movido pela defesa de Flávio
Bolsonaro e foi distribuído ao ministro Marco Aurélio Mello.
O caso
O policial militar Fabrício José Carlos de Queiroz trabalhava como
motorista de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro (Alerj). Um relatório do Conselho de Controle de Atividades
Financeira (Coaf), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública,
apontou que R$ 1,2 milhões foram movimentados na conta de Queiroz entre
janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O documento foi anexado à Operação
Furna da Onça, que prendeu dez deputados estaduais no Rio.
A maioria dos depósitos feitos em espécie na conta do ex-motoristas
coincidiam com os dias de pagamento da Alerj. Nove assessores e
ex-assessores de Flávio Bolsonaro repassaram dinheiro para Queiroz.
O relatório ainda identificou que Queiroz depositou R$ 24 mil na
conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. De acordo com o presidente,
Jair Bolsonaro (PSL), o depósito seria parte do pagamento de uma dívida.
O documento não necessariamente aponta alguma irregularidade, mas
aponta que os valores e o tipo de transação envolvidos não seguiram o
padrão esperado para o tipo de cliente.
O MP-RJ instaurou 22 inquéritos criminais para o esclarecimento da
suposta participação de parlamentares da Alerj em movimentações
bancárias não compatíveis com seus salários.
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