A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu hoje (17) ao menos 13
membros de uma quadrilha responsável pelo fornecimento de armas e drogas
para líderes criminosos que atuam em favelas. O grupo é liderado por
Edson Ximenes Pedro, conhecido como Pelincha. Ele, sua esposa e seus
familiares são proprietários de uma fazenda em Paranhos, no Mato Grosso
do Sul, próximo à fronteira com o Paraguai, de onde chegavam os produtos
ilícitos.
"Era uma família que atuava no fornecimento de armas, drogas e
munições exclusivas para a principal facção criminosa que atua no Rio de
Janeiro, assim como para criminosos do Espírito Santo e do Mato Grosso
do Sul", disse o delegado responsável pela operação, Fábio Asty. Segundo
Asty, Pelincha era um dos principais fornecedores dos traficantes do
Rio e disputava o mercado com Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, preso em 2017.
As investigações mostraram que a família usava sua atuação no setor
agropecuário para esconder as movimentações ilícitas. Drogas foram
transportadas camufladas em caminhões que carregavam grãos, como soja. O
delegado diz que Pelincha e seus familiares cuidavam de toda a
logística, desde a aquisição até a entrega das drogas e armas. "Eles
depositavam os materiais na fazenda e depois faziam um fretamento por
meio de transporte rodoviário até os destinatários finais".
A operação foi apelidada de Bad Family e envolvia 19 mandados de
prisão preventiva e 18 de busca e apreensão. A Polícia Civil informou
ter prendido oitos pessoas no Rio de Janeiro, três no Espírito Santo e
duas no Mato Grosso do Sul. Pelincha e sua esposa não foram localizados
até o momento. "Pode ser que ele tenha se evadido para o Paraguai",
disse Asty.
Também foi feito o bloqueio de nove contas bancárias ligadas à
família. A investigação buscará saber o destino final dos recursos. De
acordo com Asty, é possível chegar a uma estimativa de movimentação de
R$200 milhões por ano. Uma única negociação no Complexo do Lins em junho
do ano passado teria envolvido 900 quilos de cocaína.
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