Presente nas comemorações de 30 anos do
Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, o diretor adjunto do
Programa de Aids das Nações Unidas (UNAids) e subsecretário-geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), Luiz Antonio Loures, estimou que a
epidemia de Aids deverá ter fim em 2030.
“A minha perspectiva pessoal, não é uma
estimativa institucional da UNAids, eu acho que 2030 é um alvo razoável
para pensar sobre o fim da epidemia. Se tomarmos em consideração a
experiência histórica, o tempo que levou a expansão dos tratamentos dá
um bom parâmetro de pensar que, talvez, 15 anos seja um tempo razoável
[para o fim da epidemia]”, disse em palestra durante evento no Hospital
das Clínicas, na capital paulista.
De acordo com Loures, até o ano de 2015
será possível eliminar globalmente a transmissão horizontal do vírus, ou
seja de mãe para filho. “Eu acredito que até 2015 é possível eliminar a
transmissão mãe e filho. Existem casos acontecendo ainda no Continente
Africano, sendo que é quase virtual a transmissão mãe filho fora da
África. Esta epidemia pode ser terminada nos próximos dois três anos”,
disse.
Atualmente, de acordo com o diretor, a
maior epidemia de aids ocorre entre homossexuais do sexo masculino. A
transmissão nesse grupo cresce em países do Hemisfério Norte, como os
Estados Unidos e a Rússia; aumenta também na Europa, na África, na Ásia,
e em alguns países do Hemisfério Sul.
“A epidemia entre homossexuais
masculinos, essa é, no meu ver, a única epidemia verdadeiramente global
que nós temos hoje, entre as muitas epidemias de aids. O risco de um
homossexual jovem [adquirir HIV] hoje em uma capital europeia é igual ao
risco para adquirir HIV de um jovem crescendo na África do Sul, que tem
a maior epidemia do mundo”, destacou.
Segundo dados apresentados por Loures,
em 2011 foram registradas 500 mil mortes a menos – causadas por aids –
do que em 2005. As maiores quedas ocorreram nos países da África
Subsaariana. “Não tem dúvida nenhuma que existe progresso. Isso é
resultado de uma mobilização social e avanço da ciência”, disse.
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