Um problema de pronúncia pode ter sido a
causa do fracasso na viagem dos sonhos de um professor de ciências
biológicas de Gana na África. Em vez de desembarcar na Guiana Francesa,
país que fica na divisa com o Amapá, o professor africano Emmanuel
Akomanyi, de 29 anos, veio parar em Goiânia, capital de Goiás. Agora,
sem dinheiro para concluir a viagem, ele corre o risco de perder uma
bolsa de estudos para fazer Medicina na Universidade de Georgetown.
O professor só descobriu que tinha voado
para a cidade errada quando já estava em Goiânia, dentro do táxi. Ao
indicar a universidade situada na capital da Guiana Francesa, Emmanuel
foi informado pelo motorista, que lhe apontava em um mapa, que ele
estava no centro do Brasil e não no norte da América Latina, muito longe
de onde veio parar.
A história chamou a atenção no Aeroporto
Santa Genoveva, em Goiânia, com pessoas se mobilizando para ajudar o
rapaz. O professor é órfão de pai e mãe, e cuidava sozinho de quatro
irmãos mais novos em Gana. Ele havia economizado por cerca de dois anos
para viabilizar a viagem.
Emmanuel acabou acolhido em Goiânia por
conhecidos de uma jornalista que o conheceu ao fazer a reportagem sobre o
caso. Segundo a jornalista Janine Rahe, a confusão ocorreu há cerca de
dez dias, quando ele fazia uma conexão no Brasil. Foi quando o professor
comprou na Visão Turismo, agência que funciona no Aeroporto
Internacional de Guarulhos, em São Paulo, uma passagem para a Guiana.
Procurada nesta segunda-feira, 23, a
agência solicitou ouvir o advogado da empresa, mas a ligação caiu na
caixa de recados e ele não retornou. À Tv Anhanguera, a Visão Turismo
havia sustentado que o engano partiu de Emmanuel. Também foi informado
que a agência opera há oito anos no Aeroporto Internacional de Guarulhos
e que todos os funcionários falam inglês. Em entrevista à emissora, o
rapaz demonstrou dificuldades em pronunciar a palavra Goiânia, citando
que não sabia de sua existência, apenas de Guiana.
“O coitado ganhou a bolsa de estudos,
deixou os irmãos em Gana e veio, mas se ele não embarcar até sábado,
pode perder a matrícula na universidade”, alerta a jovem.
Com a dona de casa Lourdes Ricardo, que
hospedou Emmanuel provisoriamente, Janine está mobilizando pessoas para
ajudar o rapaz. Ela está encaminhando o professor para vários meios de
comunicação para divulgar o drama do africano e ainda disse que espera
uma manifestação da Embaixada de Gana neste sentido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário