A presidente Dilma
Rousseff afirmou, ontem, que a assinatura de lei do feminicídio é um
momento importante na afirmação da luta que coloca como foco a violência
contra a mulher. Ela relatou que 15 mulheres são mortas por dia no
Brasil apenas pelo fato de serem mulheres. A fala ocorreu durante
cerimônia de sanção da lei que tipifica o feminicídio como crime
hediondo.
“Em briga de marido e mulher, nós
achamos que se mete a colher, sim”, disse a presidente, reforçando não
se tratar de uma intromissão na privacidade. “Essa morte pelo fato de
ser mulher torna a questão de gênero, a questão do gênero feminino no
Brasil especial”, afirmou, lamentando ainda a existência do racismo e a
violência contra a população LGBT. “O Brasil não deve aceitar jamais ser
a terra da intolerância e do preconceito”, disse.
Segundo a presidente, intolerância e
preconceito são a semente dos piores males e matam a democracia. Dilma
alertou que há brasileiros que consideram excessivas as leis que punem
racistas e também aqueles que acham que homofobia não é um problema
relevante. “Essa visão de mundo não é real e nós não a aceitamos”,
afirmou.
A ministra-chefe da Secretaria de
Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, classificou a sanção
como histórica. “Esses assassinatos são, com frequência, cometidos por
pessoas com quem a mulher manteve relação de afeto”, alertou. A Lei
8.305/14 classifica o feminicídio como crime hediondo e modifica o
Código Penal, incluindo o crime entre os tipos de homicídio qualificado.
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