Transmitida pelo Aedes aegypti, a febre Chikungunya pode causar
cegueira, segundo o oftalmologista Hermelino de Oliveira Neto, que
atendeu 44 pacientes diagnosticados com a doença na região de Feira de
Santana, na Bahia. A Chikungunya atingiu mais de 169 mil pessoas no
Brasil em 2016, sendo 151.488 residentes na região Nordeste. No 40º
Simpósio do Instituto Paulista de Estudos e Pesquisas em Oftalmologia,
realizado na sexta-feira (17/02), Oliveira apresentou uma análise sobre
as deficiências visuais e oftalmológicas causadas pela infecção.
— 54% dos pacientes com Chikungunya apresentaram alterações oculares.
Na maioria dos casos, foram manifestações decorrentes de um processo
inflamatório chamado uveíte, que atinge a camada média do olho. Os
sintomas mais comuns incluem dor ocular e desconforto. Um pouco menos
frequentes são sinais como coceira e lacrimejamento, diz o médico.
De acordo com o médico, 90% das vezes, os problemas se mostraram
tratáveis. Entre 5% e 10% dos casos, porém, a infecção evoluiu até
atingir a retina e o nervo óptico dos pacientes.
— Infelizmente, não há tratamento para esse tipo de atrofia ótica. Em
situações extremas e no decorrer do tempo, esses problemas levam à
cegueira irreversível.
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