As denúncias feitas pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS,
contra o presidente Michel Temer desencadearam a apresentação de oito
pedidos de impeachment para afastar o peemedebista da
presidência da República. A delação premiada de Batista foi homologada
pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Edson Fachin, relator
da Lava Jato na Corte, autorizou a abertura de inquérito para investigar Temer.
Os dois primeiros pedidos foram protocolados ainda na noite de ontem (17,) quando foi publicada pelo jornal O Globo
a denúncia de que Temer teria dado o aval para o empresário pagar uma
mesada ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso em
Curitiba, em troca de seu silêncio. Hoje (18), mais seis pedidos foram
apresentados, sendo que o último foi assinado por representantes da
sociedade civil e entregue com o apoio de todos os líderes de partidos
da oposição, além de alguns parlamentares da base aliada. Ao todo, há 12
pedidos de impeachment apresentados contra Temer, sendo que quatro
foram ainda em 2016.
O pedido protocolado nesta quinta-feira é
assinado pelos professores universitários Beatriz Vargas e Marcelo da
Costa Pinto, pela servidora pública Maria Perpétua de Almeida, pelo
agricultor Alexandre José da Conceição, pelo advogado Carlos Siqueira,
presidente nacional do PSB, e por Raimundo Luiz Silva Araújo.
O
pedido afirma que o presidente cometeu crime de responsabilidade ao
tomar ciência dos pagamentos a Cunha, “omitir-se, dar aval e, ainda,
ordenar a continuidade de pagamentos de ‘mesada a Eduardo Cunha e Lúcio
Funaro’ para que ambos não colaborem com o Poder Judiciário, no âmbito
de investigações da Operação Lava Jato, constitui direta oposição ao
livre exercício do Poder Judiciário”, diz a peça.
O documento afirma ainda que, ao tomar conhecimento diante dos fatos
ilícitos, Temer deveria ter acionado os órgãos competentes para apurar
os fatos e responsabilizar os envolvidos. Caberá agora ao presidente
da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aceitar ou não o pedido para dar
início a abertura do processo de impeachment do presidente da
República. Se for aceito, será criada uma comissão especial da Câmara
que irá analisar a admissibilidade do impedimento.
“Queremos que
presidente desta Casa dê despacho imediato nesse processo e constitua a
comissão especial. Não é possível que o Brasil, que está chocado com
todas estas revelações, continue desgovernado. Queremos que Maia abra
imediatamente o processo”, disse o líder do PT, Carlos Zaratini (SP).
Mais cedo, o vice-líder do governo na Câmara , Darcísio Perondi (PMDB-RS), disse que os pedidos de abertura de impeachment
do presidente Michel Temer “serão todos rejeitados” por Rodrigo Maia e
desqualificou o movimento da oposição. “Quem propôs [o impeachment]
enterrou o país e agora quer, de novo, propor o impeachment
para voltar toda aquela política que destruiu empregos, lojas, sonhos,
que piorou o Brasil. É o mesmo pessoal”, disse o deputado.
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