A grave epidemia de cólera no Iêmen causou somente no dia de
ontem (18) a morte de 20 pessoas e 3.460 novos casos, elevando o número
total de mortos para 242 e o de afetados a 23.425 em três semanas,
informou nesta sexta-feira (19) a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"A
doença se espalhou para 18 das 23 províncias e a taxa de mortalidade de
1% da que se fala é enganosa porque há áreas com pouco acesso, as
pessoas chegam tarde aos hospitais. Ali a mortalidade é 4% ou 5%", disse
em uma teleconferência de imprensa desde o Iêmen o representante da OMS
neste país, Nevio Zagaria.
"Estamos surpresos com a rapidez com a
qual ressurgiu esta epidemia. Estamos diannte de uma situação sem
precedentes, que destaca a grave situação da economia por causa do
conflito. Não há eletricidade e, como consequência, o fornecimento de
água é intermitente", explicou Zagaria.
A gravidade da situação e
a rapidez com a qual piora faz a OMS acreditar que em um prazo de seis
meses o número de casos poderia chegar a 300 mil.
O pico da
epidemia coincide com a temporada de chuvas, com o agravamento da
situação econômica e o colapso do sistema de saúde, que faz com que a
maioria dos trabalhadores do setor não tenha recebido seu salário nos
últimos seis meses.
Para enfrentar esta crise de saúde, a OMS com
outras agências humanitárias da ONU reabriram meia centena de centros
de tratamento de cólera e cerca de 300 pontos de reidratação oral.
"Mas estes números não são suficientes para enfrentar esta epidemia", destacou o especialista da OMS.
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